Parceiros envolvidos : Pacificstream
Ao construirmos o pólo de negócios criativo dedicado à AYCH, foi fundamental que o instalássemos ao lado de uma cafeteria. Em outro momento me referi ao exemplo da cidade de Aarhus na Dinamarca, onde um bairro criativo foi estabelecido ao redor da cafeteria que vendia o melhor café da cidade. Se pegarmos o exemplo da Londres do século XVII, o diálogo intelectual, embora majoritariamente masculino, se realizava nas cafeterias.
Platform, nosso centro criativo AYCH foi desenvolvido para ser um local de acolhimento onde as pessoas podem vir e se sentir à vontade para trabalhar durante meia hora, meio período, alguns dias, conforme suas necessidades. Este é o modo como as pessoas frequentam as cafeterias atualmente: tomando café junto de seus laptops. Dispor de uma grande porta de vidro entre a cafeteria e a Platform permitiu que os jovens criativos não vissem a junção entre os dois locais e se sentissem confortavéis para tomar um café e aproveitar a oportunidade para pedir um conselho, encontrar um local disponível para trabalhar ou ainda conhecer pessoas inseridas em um contexto empresarial dentro do ambiente descontraído da cafeteria. O núcleo da incubadora que criamos não parecia um escritório ou um estúdio de design tradicional. Para dar um exemplo concreto, nosso mobiliário foi concebido sob medida e feito por uma empresa local de acordo com o tipo de atmosfera que queríamos produzir. Os nossos encontros de relacionamento aconteceram entre a cafetaria e a Platform, incentivando ainda mais as pessoas a não verem a divisão entre os dois ambientes e encorajando-as a trabalhar nos dois locais. Ter um inquilino âncora baseado na Platform assegurava que houvesse não apenas um burburinho profissional mas também funcionava como um recurso de consulta aos criativos em fase inicial uma vez que conta com a presença de designers experientes.
As pessoas que vinham à Platform dispunham de orientações de profissionais e conselhos de pessoas como nós, que, por muitos anos, foram consultores empresariais nas indústrias criativas, além de um local aberto de troca e discussão entre colegas ou com seus próprios contatos comerciais. Igualmente, também podiam trabalhar em uma das estações de trabalho que lhes ficava à disposição. Ao entrar na Platform, eles também podem se sentir parte do bairro criativo de Liverpool Baltic, sentados com outros criativos à sua volta e conhecendo pessoas ligadas às indústrias criativas. Isto contribuiu para ampliar as suas próprias redes de contatos com muitas das pessoas que foram os nossos conselheiros e especialistas, as quais temos recorrido ao longo dos anos para apoiar jovens empresas.
Fomentar esta nova abordagem é olhar para o futuro das formas de trabalho, preparando os criativos para que sejam flexíveis em sua abordagens. Sob essa ótica, os criativos não necessariamente precisam de uma base física e fixa e podem se beneficiar de um misto de trabalho em um bairro criativo, trabalho em casa ou de onde quiserem.
O serviço de atendimento será instituído em torno deste mesmo modelo, mas será sediado na nossa outra incubadora Basecamp Liverpool.
Escrito por Roy Jones, coordenador do projeto AYCH na Pacificstream