Parceiros envolvidos : Atlantic Cities Association
Primavera de 2020, primeiro confinamento. Uma novidade que marca uma verdadeira mudança. É neste contexto que eu comecei a trabalhar no projeto europeu EURE e no projeto SHE4SEA para a Associação das Cidades Atlânticas (ACA). Além disso, também participo do programa Futuros Atlânticos desenvolvido pela ACA desde 2018, que visa, entre outras coisas, desenvolver as habilidades profissionais dos jovens.
Durante este período pude experimentar metodologias, obter uma ideia inicial dos meus pontos fortes e habilidades a serem aprimorados (ou seja, adaptar talentos que poderiam desabrochar no universo do trabalho depois de tê-los confrontado frente aos anseios deste vasto universo, bem diferente do ambiente escolar no qual eu sempre estive inserida). Tudo isto dentro de um espaço seguro, graças à rede de apoio proporcionada pela responsável da associação.
O período exigiu que recorrêssemos completamente ao trabalho à distância. Juntos descobrimos pequenas astúcias para estruturar os dias e romper o isolamento físico e virtual causado por esta situação inédita.
Vários meios e formas de comunicação e compartilhamento de informações foram utilizados. A autonomia e o espírito de iniciativa emergem em virtude das circunstâncias. Como por exemplo, enviar uma mensagem duas vezes ao dia para dizer “olá” e “boa noite” à equipe, ou uma reunião semanal pelo Skype para manter um elo e estar a par dos assuntos de cada um. Meses depois, cerca de dez dias antes do segundo confinamento, eu acabava de iniciar em um novo emprego e fui obrigada a retornar a estes hábitos.
O programa Futuros Atlânticos foi muito enriquecedor para mim, pois permitiu que eu me tornasse embaixadora da AYCH e tivesse a oportunidade de falar como alumna do programa Futuros Atlânticos no workshop “20 anos de cooperação Atlântica” organizado no âmbito da 18ª Semana Européia das Regiões e Cidades e pelo Comité Europeu das Regiões. Falar em público, evidentemente em videoconferência, adaptar-me ao momento atual, foi um passo fundamental para mim que me sentia muito mais confortável ao usar uma caneta do que atrás de um microfone.
O programa Atlantic Futures dentro da ACA consolidou, portanto, a ideia de aprender e evoluir uns com os outros. Uma filosofia muito apreciada pelo programa AYCH, do qual também sou embaixadora.
Este programa, cuja intenção é promover métodos criativos inspirados no design thinking, traduziu e introduziu uma metodologia coerente, cheia de senso comum e agilidade. Quando se pensa no uso de um produto/serviço, seu usuário e na jornada do cliente associada a ele, e em seguida nos detalhes deste produto/serviço e sua prototipagem através da metodologia do “diamante duplo”, nasce a partir daí um elo entre o rigor científico adquirido durante a primeira parte de meus estudos preparatórios e a elaboração de projetos e serviços para o desenvolvimento do território e das cidades. Isto corresponde à segunda parte dos meus estudos.
Desta maneira, partir de uma constatação, foi possível observar e buscar novas ideias ou soluções para uma situação apelando à teoria, aos feedbacks e às opiniões dos usuários, profissionais ou especialistas envolvidos. Além disso, todo este material serviu para definir ideias, implementá-las in loco, coletar, analisar e compilar os resultados obtidos antes de ajustar as respostas propostas e realizadas que posteriormente foram melhoradas e adaptadas às mudanças encontradas. É este tipo de equilíbrio entre os estados atuais e futuros, as necessidades individuais e as questões a serem abordadas em maior escala que dá força à interdisciplinaridade e ao protótipo do design thinking.
Estes experimentos tornaram possível testar e experimentar um projeto mais ambicioso antes de assumir o risco de implementá-lo em grande escala. A experimentação nos permite cometer erros, superar as dificuldades, celebrar as pequenas vitórias e aprender com os feedbacks daqueles que ali já estiveram. Além disso, durante uma fase de teste há maior liberdade para se lidar com os imprevistos e com as surpresas agradáveis e desagradáveis.
O ciclo está cada vez mais completo. Conforme mencionei anteriormente, no outono de 2020, eu iniciei um novo trabalho a serviço do planejamento territorial Atlântico, mais particularmente da região da Bretanha. Esta missão é totalmente inspirada no design de serviços, uma vez que envolve a realização de testes no setor relacionado ao transporte.
As minhas experiências como alumna Atlantic Futures e embaixadora AYCH foram muito proveitosas. Seja pelo conteúdo dos métodos que aprendi, seja pela modalidade de trabalho, seja pelo trabalho à distância. Por fim, gostaria de agradecer carinhosamente a Tamara Espiñeira pelos seus conselhos, pela sua presença e pela sua confiança.
Escrito por Léna Dos, engenheira urbanista especializada em planeamento territorial & embaixadora AYCH